ana-maltez-mariano Ana Mariano Maio 27, 2019
Depende. De muita coisa. Obviamente que cada Família terá os seus motivos no momento da decisão MAS, se pensarmos em dizer que SIM, há um factor muito importante a ter em conta:
A SEGURANÇA NO TRANSPORTE:
A Nonô tem 3 anos acabadinhos de fazer e será a primeira vez que vai para à praia com os amiguinhos da escola.
Escrevi “será” porque, obviamente, a decisão já está tomada, mas o processo não foi dos mais fáceis. Já vou explicar porquê.
Antes disso, queria apenas referir que na escola da nossa Leonor os meninos não vão para a praia antes dos 2/3 anos e, honestamente, parece-me a altura certa. Antes disso acho que são demasiado pequeninos (para ir com a escola, reforço!). Mas vamos aos factos:
1. Recebemos um papel a comunicar os dias da praia;
2. A educadora falou connosco sobre o assunto;
3. Era preciso responder de forma atempada se sim ou sopas para se reservar o autocarro.!
Porque trabalho numa área em que se fala de segurança auto todos os dias, em que nos passam pelos olhos vídeos de coisas muito más, “bloqueei” na questão do transporte dos miúdos.
Falei com a educadora e percebi, quase de imediato, que seria contratado um autocarro com cintos de 2 pontos.
O meu olho esquerdo começou a tremer.
Procurei outros testemunhos de pais em grupos do Facebook e pude confirmar que não era a única com esta preocupação.
Há inclusive escolas a cancelar todas as actividades (o que não é, a meu ver, solução!) por falta de condições de transporte.
Autocarro com cintos de 2 pontos – por que não?
Porque estamos a falar de crianças de 2/3 anos! Muitas delas com menos de 15 kg.
Os cintos de segurança de 2 pontos (ainda) são permitidos por lei, infelizmente, e não impedem a instalação de Sistemas de Retenção (é aqui que entram os famosos bancos elevatórios).
No entanto, é uma opção desaconselhada face à alternativa de cintos de 3 pontos. Que existe, que é possível, mas já lá vamos!
Uma criança com menos de 15 kg NÃO DEVE usar bancos elevatórios. E agora vocês dizem assim: “mas nunca aconteceu nada, vai correr tudo bem“. Até ao dia! Posso garantir-vos que não acontece só aos outros como bem gostamos de pensar para nos sentirmos um bocadinho melhor com a nossa consciência. Ninguém – NINGUÉM mesmo! – está livre de ter um acidente, de ter de fazer uma travagem brusca! E acreditem que quando falo em acidente não me refiro a um GRANDE acidente, refiro-me apenas a um impacto que pode ser a 10 km/h.
É suficiente para provocar danos se os nossos filhos não forem devidamente sentados em Sistemas de Retenção adequados ao peso/tamanho e à idade. Sim, eu sei, às vezes são só AQUELES 5 minutos para ir ali ao supermercado! “É rápido!”.
Também é rápido colocar a Criança na cadeirinha e prendê-la em segurança, vá! Não custa nada! O passo seguinte:
Perante tudo isto, e porque queríamos muito que a Leonor fosse à praia – mas em segurança – decidi enviar um email à directora da escola que sempre tive como uma pessoa calma, sensata e disposta a ouvir.
Não levou muito tempo a marcar uma reunião comigo e com a Carolina (uma outra mãe da mesma sala) que, entretanto, se juntou a mim. Percebemos que a directora tinha realmente em vista a contratação de uma muito conhecida empresa de aluguer de autocarros… com cintos de 2 pontos e bancos elevatórios (que seriam oferta!!) – que GENEROSIDADE por parte da dita empresa!
Yei!! Faz-me lembrar um bocadinho a maçã envenenada que a madrasta deu à Branca de Neve, desculpem!
Resumindo, a directora compreendeu a nossa preocupação e traçámos 2 objectivos:
– Arranjar um autocarro com cintos de 3 pontos de forma a que os pais que quisessem pudessem levar as suas cadeirinhas;
OU – Arranjar uma empresa que fornecesse o serviço completo.
Em pouco tempo conseguimos!
E conseguimos a segunda hipótese – uma empresa que tem carrinhas de TCC (Transporte Colectivo de Crianças) com cadeiras auto grupo 1/2/3.
E, neste campo, já foi um avanço enorme, sinceramente! Fiquei muito orgulhosa por ter questionado e por não ter desistido à primeira.
Há lutas que vale a pena levarmos a cabo, desde que bem informados e com uma argumentação bem sustentada. Não vale a pena entrar em conflito directo com a escola e atribuir culpas a quem, muitas vezes, se vê limitado nas decisões.
Há que assumir uma postura colaborativa e mostrar logo com uma mão (ou com as duas) aquilo que está ao alcance e que é MELHOR para TODOS!
E o melhor para todos é que os nossos filhos se divirtam muito e que viajem de forma segura. Penso que aqui não há dúvidas!
Gostávamos de ler os vossos testemunhos caso já tenham passado por uma situação semelhante. Que este texto possa servir de alerta mas, sobretudo, de incentivo a alguns pais!