À TSF, o presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas explica que, na semana passada, houve “uma pressão ao nível dos testes positivos à Covid”, sobretudo nos alunos do pré-escolar e primeiro ciclo. Filinto Lima acredita que o pico de infeções na comunidade escolar já deverá ter sido atingido.
“As escolas continuam a prestar o seu serviço educativo e não encerraram. Agora, sobretudo na semana passada, sentiu-se uma pressão ao nível de testagem positiva Covid, sobretudo nos alunos mais pequeninos, do pré-escolar e do primeiro ciclo. Esta semana correu relativamente bem em relação aos alunos que tiveram que confinar, mas posso dizer que se atingiu o pico dos contágios ao nível da população estudantil, muito no primeiro ciclo e no pré-escolar“, adianta, em declarações à TSF.
Filinto Lima refere que há milhares de alunos em confinamento. “A escola está dentro da sociedade, não está em nenhuma redoma. Isso está a acontecer com a sociedade, com os adultos cá fora também se percebe que estão a confinar em número elevado”, afirma, sublinhando que esta situação “é resultado da testagem que as escolas estão a fazer, neste momento, por modo próprio”.
“As escolas têm feito um trabalho extraordinário desde março de 2020, quando António Costa anunciou que tínhamos de ir todos para casa, ensinar e aprender à distância. Temos os nossos planos de ensino à distância e cada escola está a fazer o melhor possível, dentro das suas condições, para que nenhum aluno fique para trás e para que todos possam aprender. Queria alertar que sempre dissemos que o ensino à distância, seja qual for a modalidade escolhida, é sempre um ensino muito redutor. O importante é termos as escolas abertas e termos, sempre que possível, os nossos alunos em contexto de sala de aula“, explica.
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Unicef defende que escolas devem estar abertas apesar da Ómicron:
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, que desde o início da pandemia insiste na importância de as crianças poderem ir à escola de forma presencial, considera que essa deve ser a prioridade também nesta fase.
Num comunicado intitulado “Não há desculpas, mantenha as escolas abertas, as crianças não podem esperar”, a diretora executiva da Unicef, Henrietta Forre, ressalta que é necessário evitar “uma catástrofe” na educação.
Para isso, Henrietta Forre faz três grandes recomendações: manter as escolas abertas, vacinar os professores urgentemente e apoiar a vacinação dos alunos, mas sem pô-la como requisito para estar na sala de aula.
De acordo com Unicef, estima-se que cerca de 616 milhões de crianças sejam atualmente afetadas pelo encerramento parcial ou total dos estabelecimentos de ensino.
A Unicef defende que os governos de todo o mundo devem manter as escolas abertas, apesar do elevado número de infeções por Covid-19 ligadas à variante Ómicron. Em Portugal, as escolas mantêm-se abertas, mas há cada vez mais alunos em isolamento. O presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, adianta que a semana passada foi particularmente difícil e acredita que o pico de contágios nas escolas poderá mesmo ter sido atingido.