Por Alexandre Henriques
A figura do diretor, como qualquer chefe que se preze, é um tema de conversa dentro e fora das escolas. E como normalmente não se perde muito tempo a elogiar, a crítica costuma ser o timbre das conversas.
Não sou advogado dos diretores, alguns são uns “sacaninhas” que julgam que o seu cargo lhes dá direito a tudo, esquecendo-se que também eles são colegas de profissão e não “donos” da escola ou dos professores. Mas mantenho a minha posição mesmo que vá contra a corrente… Na maioria dos casos, considero-os pessoas corajosas, que trabalham muitas e muitas horas em prol da escola e que estão na posição mais ingrata, onde muitas vezes “são presos por terem cão e presos por não terem”.
Quem está do lado dos que nunca erram, nunca têm dúvidas e estão sempre certos, quando chega a hora de efetivarem essas críticas, voltam para a sombra pois é sempre mais fácil estar do lado da oposição do que estar nos “cornos do touro”. Assim não custa nada… e assim se vê quem tem “H” ou “M” grande…. é que anda por aí muita gente de peito inchado mas sem músculo para o sustentar…
O modelo de gestão precisa de ser revisto, verdade, mas muitos presidentes de conselhos executivos são agora diretores e não foi por isso que ganharam virtudes ou defeitos. Alargar a base da sua eleição, irá aumentar a sua responsabilidade/legitimidade e a comunidade educativa ficará satisfeita por ter voz na eleição do seu líder, mas pouco irá alterar o estilo ou as decisões de quem “manda” nas escolas. A promiscuidade que existe entre alguns conselhos gerais e diretores precisa de acabar rapidamente a bem da escola, a bem da democracia. Ficam algumas frases da entrevista:
“Apesar de o diretor ser um órgão unipessoal adota na sua atuação práticas colegiais, até porque a grande maioria é proveniente dos anteriores conselhos diretivos e executivos.”
“Os sucessivos ministérios da Educação, não confiaram nos seus diretores. A falta de confiança nas escolas é outro problema. A desconfiança nos seus líderes, os diretores, por parte do ME, afeta o percurso da educação.”
”As escolas não podem ser joguetes dos partidos políticos e, nesta matéria, é mesmo desaconselhável que o sejam”. (Ana Bela Ferreira – DN)